É muito elevada a diferença entre as remunerações mensais médias de mestres e de doutores entre as 20 seções da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) nas quais estavam classificados os seus empregadores (gráfico 6.7).  A seção com a mais elevada remuneração média de mestres no ano de 2017 pagava remuneração que era cerca de 5,7 vezes maior do que a seção que pagava a mais baixa remuneração. No caso dos doutores, essa diferença correspondia a mais de 6,5 vezes.

Parece relevante notar que as remunerações das seções Educação e Administração pública, defesa e seguridade social são ligeiramente inferiores às médias das remunerações dos totais de mestres e de doutores empregados. Esse fato poderia ser analisado incialmente como uma indicação de que os empregadores classificados nessas seções, como seria o caso respectivamente de universidades e de órgãos públicos, não pagam remunerações mais elevadas do que as da média do mercado. Os números mostram que essa consideração tem fundamento, contudo, tal indicação precisa ser relativizada pelo fato de que as duas seções são as que mais empregam mestres e doutores e que, por essa razão, as médias totais se aproximam necessariamente das remunerações dessas seções. Isso fica claro quando se lembra que as seções Educação e Administração pública, defesa e seguridade empregavam, em 2017, respectivamente 41% e 34% dos mestres e 75% e 13% dos doutores.

Por outro lado, é importante registrar que as três seções com as mais elevadas remunerações mensais médias entre os mestres e os doutores – Indústrias extrativas, Eletricidade e gás e Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados – empregavam, em 2017, proporções muito reduzidas dos totais de mestres e de doutores empregados. Essas seções empregavam respectivamente apenas 0,7%, 0,66% e 2,53% do total de mestres empregados naquele ano. No caso dos doutores, elas empregavam respectivamente 0,1%, 0,1% e 0,5% do total de doutores empregados.