A distribuição do emprego formal de doutores pelas diferentes atividades econômicas é mais concentrada do que a dos mestres. Em 2017, grande parte dos doutores encontrava-se empregada nas seções Educação (75,0%). No caso dos mestres, esse percentual se restringiu a 40,9%. Nesse ano, a seção Administração Pública, Defesa e Seguridade Social respondeu por uma parcela expressiva do emprego de doutores e, particularmente, dos mestres: 12,6% e 33,7%, respectivamente (gráfico 2.11).

Em 2017, a terceira seção mais relevante no emprego de mestres e doutores refere-se à Saúde Humana e Serviços Sociais. Nesse ano, essa seção foi responsável pelo emprego de 5,1% dos mestres e de 4,2% dos doutores.

O emprego dos mestres é relativamente mais importante na indústria de transformação do que o de doutores. Em 2017, 4,2% dos mestres e somente 1,3% dos doutores encontravam-se empregados nessa seção. No período 2010-2017, a participação da Indústria de Transformação no emprego de mestres e de doutores diminuiu³.

Grande parte dos mestres e doutores empregados na seção Educação encontram-se no grupo Educação Superior. Ao contrário do observado nesse grupo, a participação de mestres e doutores empregados nos grupos Educação infantil e ensino fundamental, Ensino médio e Educação profissional de nível técnico e tecnológico aumentou no período 2010-2017.

A participação de mestres empregados no grupo Educação profissional de nível técnico e tecnológico no total dos mestres empregados na divisão Educação aumentou de 9,5%, em 2010, para 15,6%, em 2017. No caso dos doutores, de 4,1%, em 2010, para 8,9%, em 2017. Um dos nichos de emprego de mestres e doutores nesse grupo é a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cuja expansão, a partir dos anos 2000, foi expressiva. Atualmente, são 38 Institutos Federais presentes em todos estados, oferecendo cursos de qualificação, ensino médio integrado, cursos superiores de tecnologia e licenciaturas⁴.

No período 2010-2017, merece destaque o aumento da participação da seção Saúde Humana e Serviços Sociais no emprego de mestres e de doutores. Além do dinamismo geral que as atividades econômicas dessa seção vem apresentando no Brasil, é importante destacar, segundo a FAPESP, que “seguindo uma tendência internacional, um número significativo de hospitais privados de primeira linha está investindo na criação de institutos de ensino e pesquisa (IEP), sem falar em cursos de pós-graduação. São hospitais já conhecidos como centros de excelência, como o Albert Einstein e o Sírio Libanês, em São Paulo, ou o Moinhos de Vento, em Porto Alegre. E outros que inauguraram seus IEPs nos últimos três anos, como o Cor e o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, ambos em São Paulo.”⁵

Entre 2010 e 2017, o aumento dos mestres ocorreu em todas as seções da CNAE, exceto em Construção e Organismos Internacionais e Outras Instituições Extraterritoriais. Nesse período, o emprego de doutores também aumentou em todas as seções, exceto nessa última. (Gráfico 2.12).

No período 2010-2017, as seções, cujos aumentos no emprego de mestres e de doutores, mais contribuíram para o aumento total do emprego desses profissionais foram as seguintes: Educação e Administração pública, Defesa e Seguridade Social e, em menor grau, Saúde Humana e Serviços Sociais e Indústria de Transformação. Nesse período, as seções Educação e Administração Pública, Defesa e Seguridade Social responderam por 77,2% do aumento total do emprego dos mestres. No caso dos doutores, somente a seção Educação contribuiu com 75,8% do aumento total do emprego total desses profissionais. (Gráfico 2.13).

Houve um aumento da intensidade de mestres e doutores na força de trabalho, medida pela quantidade desses profissionais por grupo de 1.000 empregados.

As atividades econômicas com maior intensidade de mestres são as seguintes: Pesquisa e Desenvolvimento Científico, Educação, Extração de Petróleo e Gás Natural, Atividades Ligadas ao Patrimônio Cultural e Ambiental (gráfico 2.14 / Planilha M.CNAE 08).

Pesquisa e Desenvolvimento Científico; Educação; Atividades Ligadas ao Patrimônio Cultural e Ambiental são as atividades econômicas com maior intensidade de doutores. Apesar da expressiva importância do segmento na economia brasileira, a intensidade de doutores na atividade Extração de petróleo e gás natural é relativamente baixa.